É seguro nascer em casa para bebês de gestação de risco habitual, entre 37 e 41+6 semanas de idade gestacional e que não apresentaram nenhum sofrimento durante o trabalho de parto.
Logo após o nascimento, a parteira avalia características de boa vitalidade como: respiração espontânea, batimentos cardíacos dentro da normalidade, bom tônus muscular e resposta a estímulos. Assim, é calculado o Índice de APGAR no 1° e 5° minutos de vida, pontuando as condições de nascimento e adaptação do bebê fora do útero.
Nascer com a coloração roxa é normal, em alguns segundos o bebê já ficará rosado. Além disso, não é necessário chorar alto e forte ao nascer, alguns bebês podem ser mais calminhos, o mais importante é ele respirar bem.
Logo que nasce, o bebê é mantido em contato pele a pele com sua mãe, é aquecido com panos quentinhos e permanece ali durante toda primeira hora de vida (ou mais). Aproveitamos esse momento para estimular a amamentação.
O cordão umbilical permanece ligado até que o bebê receba todo sangue oxigenado que vem da placenta e aprenda a respirar sozinho. Não há pressa pra seu corte. O cordão é clampeado e seccionado com material estéril e descartável.
O primeiro exame físico no bebê é realizado delicadamente e completo na presença dos pais e somente após a Golden Hour.
São feitas as medidas antropométricas (peso, comprimento e perímetros cefálico, torácico e abdominal); testados reflexos neurológicos (busca e sucção, moro, marcha, babinsk, fuga à asfixia e preensão plantar e palmar); fazemos o teste da linguinha e monitoramos os sinais vitais para uma segura e completa avaliação.
O bebê que nasce em casa não recebe o colírio nitrato de prata e a administração da vitamina K pode ser feita de acordo com a escolha da família - questão definida durante o pré-natal após todas as orientações.
As primeiras vacinas (hepatite B e BCG) podem ser feitas até 30 dias de vida na rede básica de saúde ou no setor privado.
O teste do pezinho é feito de 2 a 5 dias de vida, na instituição responsável da sua cidade ou clínica particular.
Depois que o bebê nasce em casa, não é preciso levar pro hospital, se a parteira não indicar esse cuidado. O que pode ser feito é o agendamento de uma consulta com o pediatra de sua escolha por volta de 15 dias de vida.
A parteira faz uma consulta de pós-parto domiciliar um ou dois dia após o parto e depois repete a visita com dez dias. Nessas visitas, o bebê é examinado minuciosamente, da mesma forma que foi feito após o nascimento. Também aproveitamos para fazer o teste do olhinho e do coraçãozinho.
É entregue à família a Declaração de Nascido Vivo (DNV) preenchida com os dados do parto, que é o "papel amarelo" necessário para fazer o registro de nascimento do bebê. Junto com a DNV, é preciso apresentar no cartório: os documentos pessoais (RG, CPF, e/ou certidão de casamento) dos pais. Alguns cartórios pedem para levar a carteira de pré-natal e/ou duas testemunhas. Seria bom ligar antes no cartório escolhido para checar o que será preciso, para não ter nenhuma surpresa em cima da hora.
Além das visitas puerperais, eu fico disponível para as famílias no whatsapp e/ou para ligações, caso apareça qualquer dúvida ou intercorrência com o bebê.
Sempre bom lembrar que, assim como não é necessário a presença do médico obstetra para o atendimento do parto domiciliar, também é dispensável os cuidados do neonatologista. Enfermeiras obstetras e obstetrizes são treinadas para solucionar complicações e emergências obstétricas e também neonatais.
Boa hora!
Foto inicial principal: Lela Beltrão, parto domiciliar planejado da Lica.
Primeira foto: Bruna Ricardo, parto domiciliar planejado da Priscila.
Quadro com quatro fotos: Lela Beltrão, parto domiciliar planejado da Lica.
Última foto: Marcelle Almeida, parto domiciliar planejado da Joana.
Tire suas principais dúvidas sobre o parto domiciliar planejado e viva essa experiência com segurança e autonomia.